Lisboa antes do terramoto de 1755 (vídeo 2013)

A pedido do Museu Nacional de Arte Antiga, no âmbito da exposição «A Encomenda Prodigiosa», centrando-se na Basílica da Patriarcal mandada construir por D. João V, foi disponibilizado este vídeo ilustrativo do enquadramento urbano da Patriarcal no tecido da Lisboa Barroca de 1755, realizado ao abrigo do projecto «Cidade e Espectáculo: uma visão da Lisboa pré-terramoto».

Vídeo bilingue da responsabilidade do CHAIA/U. Évora, produzido sob direcção de Alexandra Gago da Câmara, Helena Murteira e Paulo Simões Rodrigues. Modelação 3D por Beta Technologies. Edição e realização por Nuno Barrela. Música «Alessandro nell’Indie» de David Perez gravado pela Antena 2/RTP em 2005 e gentilmente autorizado para figurar no projecto.

Um novo objecto de estudo: a Lisboa pré-terramoto em mundo virtual

(📄text in Portuguese only)

Quando um conjunto urbano já não existe, nem sequer em ruínas, ou está profundamente alterado, as possibilidades de o conhecer na sua dimensão global histórica e material encontram-se fortemente comprometidas. A realidade virtual possibilita recriar esse objecto de estudo, cruzando as diferentes tipologias de fontes históricas (escritas, iconográficas, arquitectónicas e arqueológicas).
Cidade e Espectáculo: uma visão da Lisboa pré-terramoto é um projecto científico que pretende recriar virtualmente, utilizando a tecnologia de mundos virtuais Second Life, a memória da cidade destruída pelo terramoto de 1 de Novembro de 1755. A ser desenvolvido no Centro de História da Arte e Investigação Artística (CHAIA) da Universidade de Évora desde 2008, o projecto conta ainda com as parcerias da empresa Beta Technologies e do King’s Visualization Lab – King’s College London.
A Lisboa anterior ao Terramoto desapareceu quase completamente após a catástrofe e a reconstrução promovida pelo futuro Marquês de Pombal, ministro do rei D. José I, e da qual resultou uma cidade de traçado regular, em quarteirões uniformes. Da Lisboa barroca ficou a memória de uma cidade mítica, descrita pela literatura de viagens como uma combinação singular de extrema miséria, grande devoção religiosa e desmedida opulência. O primeiro objectivo deste projecto é, precisamente, resgatar a realidade urbana absorvida pela memória mítica através de uma visualização digital e interactiva, menos abstracta que o discurso narrativo e não condicionada a um único ponto de vista ou somente à percepção visual, como sucede com o formato bidimensional dos registos iconográficos ou tridimensional das maquetas convencionais.
A realidade urbana a recriar abrangerá o desenho urbano, o tecido arquitectónico do conjunto desaparecido e os interiores de alguns edifícios de referência, tais como o Palácio Real, a Patriarcal, a Ópera do Tejo, o Convento de Corpus Christi e o Hospital de Todos-os-Santos. Incluirá ainda componentes áudio e de animação, com a introdução de sons do ambiente citadino Setecentista, bem como com a reconstituição de espectáculos de ópera, touradas, procissões e outros eventos de destaque no quotidiano da Lisboa da primeira metade do século XVIII. Todos estes elementos serão complementados por caixas de texto de contextualização histórica. Na fase actual, foi recriado o exterior do conjunto palatino, que incluí o Palácio Real, Rua da Capela, Torre do Relógio, Praça da Patriarcal e Real Ópera do Tejo, bem como o Pátio das Arcas, como se pode verificar em https://lisbon-pre-1755-earthquake.org/.
A tecnologia Second Life permite ultrapassar os condicionalismos da utilização das ferramentas tradicionais da modelação em 3D, ainda presas à contemplação de objectos em ambientes não imersivos, tornando possível que qualquer pessoa visite a Lisboa pré-terramoto a partir de sua casa, imergindo e interagindo virtualmente no contexto físico, social e cultural da cidade, e inclusivamente partilhando essa experiência com outros utilizadores, ganhando-se deste modo igualmente uma dimensão social. As potencialidades didácticas da aplicação desta tecnologia à recriação de uma cidade histórica desaparecida são assim inúmeras. A estas há a acrescentar as de ordem científica de inegável impacto no futuro da pesquisa histórica. A tecnologia Second Life converte a recriação virtual em algo mais que uma sofisticada maqueta interactiva de alta definição: confere a dimensão laboratorial possível, mas urgente, à investigação nas áreas da história urbana e da arquitectura ao suportar, a baixo custo e em tempo real, a experimentação das conclusões retiradas da análise e da interpretação das fontes documentais e iconográficas para o estudo da cidade, cuja validade pode ser assim debatida e verificada.
Inicia-se, deste modo, uma nova e inovadora metodologia de investigação em que a recriação não surge como a sua etapa final, enquanto síntese ilustrativa dos resultados obtidos pelo processo tradicional, baseado na descrição documental, na representação iconográfica e na interpretação arqueológica, mas é o principal instrumento de análise do nosso objecto de estudo: a Lisboa desaparecida depois de 1 de Novembro de 1755. Mas como pode uma recriação virtual ser um instrumento de análise? Testando a informação retirada das fontes documentais, iconográficas e arqueológicas numa dimensão virtual que recrie a implantação urbana, a escala, a disposição e o desenho interior e exterior dos edifícios desaparecidos, a realidade ambiental, espacial e paisagística do construído. Isto é, verificando, por exemplo, a possibilidade em termos de espaço urbano dos corpos de um determinado conjunto edificado se articularem de acordo com o que é descrito ou representado na documentação, ou a exequibilidade arquitectónica da estrutura interna de um edifício, assim como da configuração da sua fachada. Através da tecnologia Second Life é possível propor uma recriação, debatê-la e actualizá-la em tempo útil e a baixo custo, promovendo-se directa e simultaneamente as dimensões científica, didáctica e lúdica e correlativamente a ampla divulgação do projecto.

APHA, newsletter nº 5 (Abril, 2011)

Vídeo para City and Spectacle: A Vision of Pre-Earthquake Lisbon

Vídeo de apresentação do projecto de arqueologia virtual City and Spectacle: A Vision of Pre-Earthquake Lisbon, que está a implementar uma possível representação da Lisboa Barroca de 1755 antes da sua destruição pelo terramoto.

A tecnologia usada é Second Life/OpenSimulator e o projecto de investigação irá permitir a visitantes estarem imersos no ambiente virtual e participar em eventos históricos interactivos com outros utilizadores em todo o mundo, em simultâneo e em tempo real.

Este projecto encontra-se integrado no framework «Connecting Cities» do centro de investigação CHAIA.

Equipa de investigação

  • Maria Alexandra Gago da Câmara (Art Historian, Open University, CHAIA)
  • Maria Helena Murteira (Art Historian, Calouste Gulbenkian Foundation, CHAIA)
  • Paulo Alexandre Rodrigues (Art Historian, University of Evora, CHAIA)

Equipa de produção

  • Silvana Moreira (Modeladora 3D, Beta Technologies)
  • Luís Miguel Sequeira (Administrador de sistemas, Beta Technologies)

Produção de Vídeo

  • Jeff Bush (Produtor, Beta Technologies)
  • Michael Sudyn (Editor, Flying Dreams Inc.)
  • Phil Lee (Narração, CityVox)

Parceiros

  • CHAIA
  • Beta Technologies
  • King’s Visualisation Lab (King’s College)

International Workshop “Virtual historic cities: reinventing urban research”

Workshop organizado no âmbito do projecto Cidade e Espectáculo: uma visão da Lisboa pré-terramoto (City and Spectacle: a vision of pre-earthquake Lisbon), uma recriação virtual, a partir da plataforma de mundos virtuais Second Life®, da memória da Lisboa destruída pelo terramoto de 1 de Novembro de 1755.

Projecto pioneiro em Portugal, resulta de uma colaboração entre o Centro de História de Arte e Investigação Artística da Universidade de Évora (CHAIA), a empresa Beta Technologies e o King’s Visualisation Lab (KVL), King’s College London.

A recriação virtual de cidades históricas é uma área emergente da pesquisa histórica, permitindo uma abordagem inovadora ao estudo e representação do Património Cultural. Presentemente, os mundos virtuais substituem os instrumentos clássicos de modelação em 3D, ao possibilitarem aos utilizadores interagir num espaço comum e de fácil construção. Estas características fomentam a coordenação entre investigadores na confirmação das hipóteses históricas e, consequentemente, a actualização dinâmica do objecto de estudo. A aplicação da linguagem virtual à pesquisa histórica traduz-se, assim, num modelo de laboratório que potencia e alarga o contexto tradicional da segunda. Em concreto, esta nova abordagem possibilita testar, numa representação tridimensional interactiva, um longo percurso de investigação em história da cidade e disponibiliza, a um público simultaneamente especializado e alargado, uma experiência imersiva numa realidade urbana desaparecida.

O workshop conta com a participação de Bernard Frischer, Director do Virtual World Heritage Laboratory, University of Virginia e coordenador científico do projecto pioneiro Rome Reborn, uma recriação virtual da Roma Clássica; Richard Beacham, Director do King’s Visualisation Lab, King’s College London, organismo vocacionado para a aplicação da linguagem virtual à pesquisa histórica; Drew Baker, investigador e um dos fundadores desta estrutura; Ana Cristina Leite, Directora do Museu da Cidade; António Filipe Pimentel, Director do Museu Nacional de Arte Antiga; Alexandra Gago da Câmara, investigadora do CHAIA; Carlos Tavares Ribeiro, Conselho Científico da empresa VERSUS –  interacção em 3D na Web; Cristina Gouveia, representante da empresa YDreams – especialistas em tecnologias de interacção; Helena Murteira, investigadora do CHAIA; José Sarmento de Matos, Olisipógrafo e coordenador científico dos Itinerários Culturais da Associação de Turismo de Lisboa; Luís Sequeira, representante da empresa Beta Technologies – Architects of the Virtual World; Paulo Rodrigues, investigador do CHAIA e Vítor Cóias, Director do GECoRPA – Grémio das empresas de conservação e restauro do património arquitectónico.

Para mais informações, por favor contactar Paulo Rodrigues através do e-mail [email protected].

 

Continuar a ler

City and Spectacle: A Vision of Pre-Earthquake Lisbon (Actualização para VMSS 2009)

Para esta fase seguinte do projecto, a reconstrução virtual do lado nascente do Terreiro do Paço antes da sua destruição pelo terramoto de 1755 foi actualizada a partir de nova investigação que corrigiu os esboços anteriores.

As fachadas da Ópera do Tejo foram refeitas, assim como os Jardins do Paço. A Torre de Relógio de Canevari foi modelada de forma mais precisa. Graças a uma planta razoavelmente detalhada da Igreja da Patriarcal, toda a envolvente foi refeita do zero, com as fachadas ocidentais inspiradas por uma gravura existente que mostra um dos edifícios que se manteve. A planta também mostra uma localização muito mais precisa da Rua da Capela na década antes do terramoto, o que implicou uma alteração de fundo do modelo existente da rua.

Tendo a Linden Lab desenvolvido um motor de renderização mais avançado para a aplicação de visualização do Second Life, as novas imagens, assim como o vídeo abaixo, já mostram as sombras a serem projectadas. A tecnologia que serve de base ao projecto foi actualizada para a versão 0.6.6 do OpenSimulator.

Desenvolvido para o CHAIA (University of Évora) por Beta Technologies,  o projecto foi apresentado no 15th International Conference on Virtual Systems and Multimedia (VSMM 2009), em Viena de Áustria, de 9 a 12 de Setembro de 2009.

Vídeo

Pátio das Arcas – Cidade e arte performativa. Espaços e lugares para o teatro na Lisboa barroca.

Apresentado no Congresso Internacional
 LA CULTURA DEL BARROCO ESPANOL E IBEROAMERICANO Y SU CONTEXTO EUROPEO, Instituto de Estudios Ibéricos e Iberoamericanos de la Universidad de Varsóvia, Warsaw, Poland, September 2009, por Maria Alexandra Trindade Gago da Câmara (Universidade Aberta/CHAIA – Universidade de Évora).

[kml_flashembed publishmethod=”dynamic” fversion=”8.0.0″ movie=”/wp-content/uploads/2010/05/BARROCO-Varsovia-set-2009.swf” width=”600″ height=”450″ targetclass=”flashmovie” allowfullscreen=”true” bgcolor=”#f0f0f0″ menu=”true”]